quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Lua Nova...


Me indago se realmente existe um amor tão profundo quanto o de Edward para Bella e vice-versa. Torço que realmente exista na realidade, porque é deprimente saber que não há. Acredito que seja por isso que a saga atraia e apaixone a tantos.
Porque responde e alimenta aos nossos anseios mais secretos de encontrar um Edward, forjado na dor e nas diversas décadas se auto-punindo por causa da sua condição de predador sem alma.
E quem sabe, na busca incessante da tal falada alma gêmea, no intimo queríamos um cavalheiro a moda antiga feito ele, pois, estamos cansadas(os) de homens modernos e cansadas das nossas ideologias pós-moderna.
Perdidas em pleno século 21, esquecidas dos sentimentos de altruísmo e dos amores desinteressados do século passado, dos valores perdidos, dos beijos tumultuados com o sabor de querer mais, que hoje se perde nas histórias de romances, esquecida em um canto empoeirado da velha estante.
Enquanto, que hoje é moda transar ficando com aquele que acorda o nosso tesão, apenas por uma noite, não vislumbrando a essência daquele a qual cingimos as pernas pelo seu quadril, acredito que por mais que desejamos verdadeiras máquinas de sexo em nossa cama (se porventura existisse tal ser), também almejamos o romantismos e o amor incondicional do outro, mas, será que existe isso?
Ou nós perdemos na massificação da sociedade, consequentemente estamos tão fragmentadas que projetamos como símbolo do homem ideal, um cavalheiro de 109 anos, e o mais espantoso um vampiro!
AH! Queria um vampiro desse... e como sou gulosa, gostaria de quebra um lobisomem. E quem sabe nessa equação, eu me tornaria uma imortal, acredito mais devassa que a Bella, pois já não tenho mais dezenove anos, os anos escoam e os sonhos já perderam as cores, mais acredito que no mais profundo do meu ser, ainda creio que:
-O amor teria que ser uma jornada a ser caminhada por dois, norteada por rosas e espinhos, mais principalmente temperada pela loucura da paixão que acomete aos apaixonados mortais ou imortais de todos os planetas.

By: Mônica Vasconcelos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Conto de fadas para adultos!

A princesa míope.

Era uma vez...
Num reino longíquo cercado de belos bosques e de belas plantações, morava uma princesa que não era bonita e nem feia, que queria muito conhecer outros lugares e aprender novos conhecimentos, mas o que realmente a moiçola almejava era encontrar um príncipe encantado e casar-se com ele.
Esse desejo era tão intenso que chegava a ser absurdo, pois antes mesmo dela aprender a ler, já ansiava pelo tal cavalheiro.
-Analisando racionalmente e cientificamente a situação, acredito e atribuo que esse desejo exacebado pelo príncipe encantado deve ser genético, está intimamente entranhado no cromossomo XX, mas voltando ao nosso conto!.
O tempo foi passando, os seios foram crescendo, os pêlos pubianos apareceram, surgiu a primeira menstruação e nada de aparecer o tal do Sir.
Ela estava frequentando os saraus, quando surgiu o tal encantado quase desencantado, coitadinha da Damisela, o dito era apenas um projeto de girino que pulou no seu canteiro.
Passaram os anos, os seios ficaram maiores, mais acnes, mais cólicas e menstruações cavalares, haja toalhinhas higiênicas reais para conter tanta saúde.
Eis que numa noite fria de junho, repentinamente, ela avistou a um garboso e charmoso príncipe, ele estava envolto de uma aura de encanto.
-Encanto! Acredito que está mais para bruxaria! Visto que amarrou e prendeu os olhos da nobre dama no galanteador cavalheiro.
E a partir desse dia todos os semilivres e servos estavam vendo a jovem dama, acompanhada pelo seu pretendente.
Entre volteios, arrulho e muita... mas... muita conversa fiada, o real casou iniciou o colóquio amoroso.
-Claro que para mim, uma senhora já passada da era balzaquiana, esse colóquio estava mais para monologo da nossa lady. Onde realmente estávamos?
-Ah! Entre promessas ( mais dela do que dele), mil juras e muitas apalpadas no pé da escadaria da torre norte, o relacionamento foi aprofundando-se, sem no entanto a lady se dá conta que o príncipe só era príncipe, porque ela o via assim.
Então houve as bodas, foi gloriosa, pois toda nobreza foi convidada, foram festim após festim, regado com o famoso vinho da Normandia.
Os saltimbancos caprichavam e as caçadas nos bosques foram monumentais.
As festas acabaram, os anos se passaram, os filhos vieram, as desavenças, traições, os temores, as desilusões e as angustias se fizeram presente nesse Reino.
No entanto, a Damisela ainda estava crente e esperançosa que um dia o príncipe se transformasse em Rei, ela ainda conseguia ver as estrelas através dos seus beijos, acreditava que o mundo era quadrado e que o sol movia ao redor da terra.
Outros tantos anos se passaram, quilos a mais lhe engrossavam a cintura fazendo-lhe companhia junto com os filhos.
Quando numa fria manhã de inverno, a princesa se viu arrodeada e entulhada de roupas de baixo sujas, botas masculinas jogadas pelo grande salão, pratos e panelas sujas amontoadas pelos quatro cantos da fortaleza, calhamaço de contas a serem pagas, amontoados de cacos de seus sonhos jogados pelos chão, a educação dos filhos, solidão... cansaço.. e surtou!
Esse bendito surto significou a cura da miopia principesca. - para mim, cegueira real! Quem sabe?
Permitindo que ela enxergasse que: O príncipe ao invés de possuir uma elegante e grande mão, eis que tinha uma asquerosa pata de anuro, exalava um repugnante odor fétido, pele esverdeada, de personalidade controladora, sádica e folgado.
Aos poucos a princesa descobriu todas essas facetas do seu real conjugue, o garboso cavaleiro era na realidade um horroroso sapo disfarçado em príncipe, além de tudo isso, o tipo era perigoso, pois trazia preso em seu cinto um saco de bombas que estavam sempre preste a explodir.
Foi nesse mágico momento de desencanto, que a princesa mergulhou na realidade e enxotou o sapo do seu castelo.
A partir desse momento, a soberana iniciou a reconstrução da sua fortaleza, reforçou as ameias com cobras comedoras de sapo embusteiro e mandou secar o fosso. Centralizou o poder da monarquia, confiscou os bens da igreja, fechou os monastérios e contratou guerreiros mercenários para protegê-la.
Eram guerreiros altos, com mãos, pés e ombros enormes, verdadeiras montanhas de músculo e testosterona.
No entanto, só havia um porém, quem iria protegê-los da própria Rainha?
Ela viveu muitos anos, muito feliz, seu Reino prosperou e batalhava constantemente com os seus guerreiros mercenários. Eram guerras de bolhas de sabão na banheira, guerras de vinho, de beijos e de tantas outras.


By: Mônica Vasconcelos.

domingo, 18 de outubro de 2009

A fábrica está aberta!


Entre um poema e uma tela, tudo isso regado ao som do Rammstein, nasceu a ideia de mais uma crônica:

A Viagem.

No interior do box, embaixo do chuveiro a mulher se balança entregue na flacidez da embriaguez, na moleza que lhe envolve o corpo, esquecida do cansaço, da dor, da insegurança e do amargor, sentimentos companheiros fiéis de sua jornada.
Se sente livre das algemas, se permitindo voar e sonhar,ao som da voz que lhe promete mil promessas de prazeres jamais sonhadas ou realizadas.
No langor do corpo a sensualidade se faz presente, mãos diligentes acariciam e lhe mimam, tirando todo o cansaço e a desilusão de toda uma existência. Já não existe mais o medo, apenas o desconhecido que lhe acena, atraindo-a aos seus braços.
Esquecendo a prudência, ela se joga nos turbilhões de sentimentos que lhe engolfa e parte, riscando os céus em busca do ser.
De encontro ao sol, Deus Apolo, se afoga no calor bendito que lhe envolve e traz todos os sentimentos a tona, procurando as respostas para suas indagações, encontrando na paz a certeza de achar finalmente o seu rumo.
E nos braços da morte, Deus Hades, encontra o seu amado mais querido e certo, porque é a única certeza do se estar vivo.Presa em teus braços, beija os teus lábios gélidos encontrando finalmente ao ser amado.
No orgasmo frígido, sente a fálica foice lhe penetrar, quebrando as barreiras terrenas que lhe prende no mundo terreno e finalmente junto do ser a qual procurou por tanto tempo.
Selando a sua sorte com o seu sacrifício de amor banhado de sangue.

By: Mônica Vasconcelos.

Canção da damisela


Entre as muitas tentativas, eis que surge:

Canção da Damisela.

Os minutos escoam pelos dedos como areia,
O tempo urge,
Lágrimas escorrem face abaixo da Damisela,
Que está sempre em busca do ser amado.

Olhos cegos procuram,
Mas não encontram-o,
Presa entre dois mundos,
Ela se encontra,
Sem saber o que fazer.

Solitária em sua dor,
Caminha na busca incessante por ele,
Acompanhada apenas pela frustração da infrutífera campanha,
Pois, ele não se encontra ao seu alcance.

Tendo apenas por consolo,
Suas belas paisagens e suas melodias,
Que lhe faz recordar a voz do ser amado.

Em um corpo que não é o seu.
Em um uma vida que não é a sua,
Ela pena procurando-o.

Embalada pela esperança de vê-lo,
Apenas mais uma vez,
E quem sabe de tê-lo,
Eternamente ao seu lado,
Somente mais uma vez!


By Monica Vasconcelos.

domingo, 20 de setembro de 2009

Estou escutando Rammstein, enquanto isso...


estou fazendo tentativas de escrever poesias, tendo como pano de fundo a voz rascante do Til.

Lágrimas nascidas das dores
dos amores sentidos,
mas não retidos.
Restando apenas,
os seus rastros deslizantes
Nos rostos dos seres perdidos em seus sofrimentos.

Entregue as suas mazelas,
com seus corações destroçados,
envolvidos com seus cacos de sonhos partidos,
ficando somente,
suas feridas para serem lambidas.

Envolvidos entre lágrimas e dores,
Embalados por suaves lembranças,
Dos seres amados.
Que perdidos no tempo,
Esquecidos no espaço,
foram arrancados dos seus braços.

by: Mônica Vasconcelos.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

lágrimas de sangue.



Os seus olhos estavam rubros de sangue, deles jorravam grossas lágrimas vermelhas que deslizavam preguiçosamente face abaixo. Pareciam rios sanguinolentos que sulcavam ao seu rosto, ao mesmo tempo que o sujava e o lavava.
Desesperada e atormentada pela cegueira momentânea e pela cura da mesma, permanecendo presa na incoerência do momento, de poder enxergar o que nunca antes tinha sido visto.
Procurando lutar contra a sua impotência, se desembaraça do estupor, saindo do banheiro acompanhada e perseguida pelo horror de se deparar com a sua imagem refletida no espelho embaçado da velha farmácia; uma face sem olhos, apenas borrões sangrentos no lugar dos seus glóbulos oculares.
Gritando, apela por ajuda, enquanto corre desesperadamente! Procurando as cega o auxílio que tanto necessita, encontrando-o; abraça a sua mãe, trêmula de temor em meio as suas grossas lágrimas.
Mortificada, se encontra na ambivalência de estar perdida na cegueira do seu cotidiano e enxergando as possíveis saídas para as contradições da sua inócua existência.
Desembaraçando-se do cálido colo materno se lança ao mundo, em busca das suas respostas, para perecer nas carruagens de metais que riscam as avenidas das frias metrópoles de concreto.
Restando apenas rastro de suas lágrimas sangrentas fazendo o contraste aos objetos espalhados a ermo no asfalto,enquanto que uma bolsa feminina jogada, rasgada e aberta, permanece vislumbrando o lindo céu de verão na grande cidade.

by Mônica Vasconcelos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Divagações!!!


Passado o tempo,
A vida se esvaí,
Enquanto isso,
Os sentimentos se tornam mal-passados,
Nas horas vencidas,
Sendo assim,
Difíceis de digerir e dirigi-los.

Perdidos,
Desencontrados,
Descontrolados e dizimados.

São as emoções,
Que nos turbilhões dos fatos,
Escorrem nos esgotos das cidades nuas,
No vai e vem dos indivíduos,
Perdidos sem identidades,
São mais um na maré dos sem faces.

by: Monica

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Enquanto espero o novo livro CF, fico divagando a respeito dos amores dos seres dos Carpátos!


Depois de uma longa ausência.... Fiz esse poema em homenagem aos amores eternos dos personagens da Christine Fehhan!

Eis que surge:





Procuro constantemente te ver,

Mesmo consciente,

Da sua eterna inconstância.



Continuo a lhe buscar.

Dia após dia,

Com o coração palpitante,

Na expectativa de te ver.



Quando finalmente te encontro.

Tenho que segurar-me,

Para não lançar-me em teus braços,

Buscando seus lábios,

junto aos meus,

E deste modo aplacar a sede que tenho de ti.



Rezo,

Para lhe
esquecer.

Prometo mundos para lhe ter.



Perdida na inquietude,

Que corroí-me nada me satisfaz,

Só o eterno vazio,

Sempre presente no meu ser.

E a mesma indagação:

Cadê você?



by monica vasconcelos

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Bolhas de sabão!!!


Bolhas!

Bolhas,
De sonhos,
De contos,
Bolhas de sabão.

Flutuando soltas e leves,
Transparentes ao vento,
Sem lenço ou documento,
São apenas bolhas.

Bolhas de vento,
De pensamentos, de encantamento e de sentimentos.
Outras vezes,
São meras bolhas,
de detergente, de gases, de tristeza...
De saliva!

Só bolhas...


By Monica.

Chocolate!!!


Sentimentos.

Muitas vezes,
Vejo que os sentimentos
São como gotas
Que rolam incertas sem equilíbrio.

Algumas vezes,
Desvairados ficam
Ao defrontar-se com o seu objeto de afeto.

Outras vezes,
São o nectar do chocolate,
Que faz a festa,
Nas mãos e nas bocas gulosas,
Daqueles que o provam.

Entretanto,
São plácidos quando saciados,
Após os longos beijos e juras,
Trocadas no sussurro da noite.

No entanto,
Em alguns casos torna-se confuso,
Quando perdido nas dores,
Da desilusão e da ingratidão.

Portanto,
Torna-se seco,
Pois o lume extinguiu-se
Restando apenas o enlevo fraterno,
Que subitamente,
Afasta o fogo do amor.

Atestando o óbito,
Do que um dia já sentimos.

By Monica.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Desespero!


Em meio ao caos,

Perdida em tantas destruição,

Sinto-me sem rumo,

Encurralada por uma muralha,

Que torna tudo ao meu redor sombrio.


Sem escapatória,

Ponho-me a escutar,

Os apelos sedutores,

Do senhor Algoz.


Que enlaçado ao meu pescoço

Promete juras de amor eterno e soluções rápida,

Para a tormenta a qual me afogo.


Seduzida por ele e pela minha fraqueza,

Imagino o meu vôo,

Rumo ao desconhecido,

Perdida na loucura da dor,

Esqueço-me que terá solução.


Jogo-me ao ar sem asas

Esperando encontrar na liberdade prometida

A resolução de tudo,

Mas, deparo-me com o meu corpo estraçalhado,

Sendo banqueteado pelas bestas,

Que lutam entre si,

Para sugar os meus últimos suspiros.


Sem alento,

Tristemente desgraçada,

Encontro-me só,

Em meio as dores cruéis,

Que esfacelam o meu ser.

Que perdido na penumbra

Espera pacientemente a redenção

E quem sabe a luz

Que trará de volta a vida sagrada.


E o amor regado com lágrimas,

Florescem e perfumam verdadeiramente os seres.

Que envolto em luz

A tudo enfeita e a todos protegem.


A vida nada mais é do que o odor das rosas celestiais,

Que perfumam o ambiente,

Mas rasgam a alma.


E no eterno rasgar e cerzir.

Que o homem cresce

E finalmente chega a sua moradia benquista.


By: Monica

Gaspar (bebezão)




Ainda dolorida pela dor da perca do meu bebezão, um dalmáta enorme e hiperativo, que tornava os meus dias cheios de novidades, senti a necessidade de tirar a fórceps a minha dor.
Foi um parto:




Doí,


Pensar em ti.


Doí,


Pensar no que fiz.




Doí,


Ficar sem ti.


Pois,


é morte em vida.




Não vejo sentido ou caminhos,


Estou perdida no meio da dor.




Desconhecia que houvesse tantas lágrimas,


A correrem em minha face.


Meus olhos,


Possuem vida própria.




As lágrimas são rios,


Elas não param.


São corredeiras que cortam,


Meu vale de dor.




Penso em ti,


Vejo em minhas memórias,


Tua vida desenrola-se,


Frente a minha retina.




Em meus ouvidos sussurram:


Assassina!




Não sei o que dói mais:


A tua ausência ou a minha decisão.


Decisão pseudo divina,


Vida ou morte


Poder absoluto,


Poder mítico,


Poder maldito.




A dor rasga a minha alma,


Pois, fiquei entre a cruz e a espada.


Penso


Mais dias,


Mais sofrimento


Mais dores


Mais trabalho


Mais dinheiro...


Sem tê-lo.




Foi amor ou comodismo?


Que injetou a injeção letal


Que lhe roubou o lume.




Ah! Meu amor!


Filho do meu coração!


O que fui fazer?


Em nome do não sofrer.


Te roubei os seus últimos momentos.


Guerreiam dentro do meu ser,


Dois seres,


O lógico e o mítico.




O lógico diz:


-" Decisão acertada".


O mítico fala:


-" Deveria ir até as últimas...!"




Seria justo?


Para ti ou para mim?


Questiono a mim e aos meus?


Acredito que não.




Pois, é injusto sujeitá-lo a tanta dor


Que irá nos maltratar.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Esses dois últimos meses foram....
















... Um celeiro de criatividade, pois criei e pintei compulsivamente, acredito que cada tela que surgiu nesse período, foram pinturas realizadas no ardor dos meus sentimentos: medo, insegurança, angústia, expectativa, tristeza, alegria, decepção, tormento, percas, vitórias, amor, desamor, vida, morte...





Estou realmente em um momento de eterno construir/desconstruir, pois o meu ser dialético está em voga e todo prosa!!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O Encontro!


Enquanto eu estava na cabeleireira, sentada e parada feito uma múmia em sua cadeira, confiando cegamente aos seus cuidados minhas sombracelhas, me aprofundei em um monólogo interno, onde mulheres vestidas de melindrosas andavam fumando e bicando com gangsters de dois metros, com suas irresistíveis feições made in bad boy.
Em meio aos puxões da pinça eis que aparece: a minha primeira narrativa. Espero sinceramente que não seja única.



O seu nome era clara, uma mulher de idade indefinida com um olhar perdido e solitário. Diariamente ela perdia ou ganhava minutos, quem sabe. Na frente da sua penteadeira.
Como hoje, ela estava olhando-se no espelho, mas desconhecia a imagem refletida.
Presa entre dois mundos, Clara vivia angustiada para resolver esse sentimento que lhe oprimia.
Em suas recordações via-se penteada e maquilada ao estilo da década de 30. Nos lapsos de memória que lhe ocorriam sempre estava vestida como uma melindrosa, em outros momentos conseguia até vislumbrar as suas sombracelhas finas e arqueadas. A imagem mental que possuía de si mesma era essa, de uma mulher dos anos 30. Mas a imagem a qual via na sua frente, era de uma mulher do século 21.
Os seus cabelos estavam presos em um coque ( tentando imitar os penteados do século passado), sombracelhas delineadas e arqueadas e a sua boca estava sempre pintada de vermelho. Pareciam cerejas maduras à espera que fossem colhidas pela pessoa certa.
Apesar da imagem refletida no espelho, ela sentia falta do seu chanel, da sua piteira com o seu cigarro de anis e da nostálgica melodia que embalava as noites do cabaret daquela época.
Além de tudo isso, o que mais fazia falta para Clara era a presença dele, aquele desconhecido que lhe deixava em brasas em seus sonhos e em seus devaneios diurno. Um puta de um homem, másculo e que transpirava testosterona em todos os seus poros. O seu corpo enorme era o parque de diversão de Clara, onde ela explorava e percorria febrilmente os seus musculos.
O seu ser era sua âncora, onde enlaçada em seus braços cortava as tormentas sem temor. Mas, o que realmente enlouquecia Clara, era o cheiro dele, que despertava seus sentidos e seus sentimentos há muito esquecidos. O seu odor estava associado a sexo.
No entanto, Clara desconhecia o seu paradeiro, para ser mais explícita, ela não saberia afirmar se ele já existiu, se vive em algum recanto do planeta ou se é apenas um "deja vu" .
A única coisa que estava claro para ela, é que estava no local e no tempo errado. Sua alma e o seu corpo anseiam por ele,pelo seu troglodita.
É um desconhecido tão conhecido, mas que está perdido entre o ontem e o hoje. Presa a esses colóquios mentais, Clara acaba suspirando insatisfeita, se apressa em terminar de passar o delineador nas pálpebras, coloca os óculos e sai para trabalhar.
Inspirando o ar matinal, inicia a sua ladainha: que é rezar para o fim do dia, só assim, poderá retornar aos seus sonhos. E quem sabe essa noite; Clara tira a sorte grande de sonhar com ele.
E nesses sonhos, ela goza entre os braços dele, satisfeita encontrando o seu tão querido refúgio. Com essa perspectiva, ela caminha apressada pela calçada para pegar a condução que passará por volta das 7:45, que irá leva-la ao seu trabalho.
Os seus passos ressoam na calçada, enquanto se dirige para a parada do ônibus. Quando ela sente um arrepio que eriça a sua penugem do pescoço, distraindo-a momentaneamente do seu intento, parando . Vira lentamente a sua cabeça para a esquerda quando se depara com aquele homem na calçada á sua frente, parado olhando todo o movimento como se fosse um predador tocaiando à sua vitima ou quem sabe à procura de algo mais.
Neste momento o olhar de ambos se encontram, um lampejo de reconhecimento passa rapidamente em suas retinas e seus lábios sorriem silenciosamente á sensação de posse que envolve a ambos.
Caminhando lentamente eles se aproximam. Clara procura alcança-lo com seus braços, para enlaça-los e saciar a sua sede de desejo. Abraçados em silêncio, os lábios se procuram enquanto as mãos se tocam fazendo o reconhecimento do corpo um do outro.
As suas narinas agitam-se pelo o odor do outro que adentra estimulando ambos, jogando-os num redemoinhos de sensações que engolfam e os tornam frenéticos em sua busca em alcançar os recesso secretos da boca úmida, as línguas dançam em um ritmo pré-estabelecido e mais antigo do que eles mesmos.
Entre mordiscos, lambidas e penetrações da língua afoita dele, Clara sente que finalmente achou o que tanto procurava naqueles rigídos braços que enlaçavam a sua cintura. Suspirando entre beijos e o palpitar latente em seu útero, ela lembra de perguntar o nome do desconhecido.
Se afastando lentamente dos seus lábios, Clara articula as palavras; nesse momento, ele também tem a mesma intenção. Tornando a situação cômica e típica dos filmes de pastelões dos cinemas mudo da década de 30.
Entre risadas e gargalhadas, ambos se apresentam e saem caminhando rua acima em direção a praça de mãos dadas, exalando contentamento, pois finalmente se encontraram e agora teriam todo o tempo do mundo para se conhecerem e se amarem.

By: Mônica.

sábado, 17 de janeiro de 2009

O que é o acaso?


Estava divagando e eis o que surge:

O que é o acaso?

Quando a ocasião apresenta-se,
Em frente aos seres ou ao ser.
Que se comportarão como marionetes
Que transloucadas,
Rodopiam ao dançarem
Ao som da música chamada vida.

Porque não falarmos da melodia
A qual chamamos de destino
Que rompe e estraçalha,
feito navalha na carne tenra
Dos seres que submissos
Bailam aos seus sons.

Perdendo-se nas suas notas harmoniosas ou desarmoniosas
Que penetram no seu íntimo
Transformando a todos.
É nas metamorfoses dos seres
Que alguns perdem-se e outros acham-se
Amores são encontrados,
Outros são perdidos,
Alguns são iniciados e tantos outros estão fadados ao extermínio.

E no limiar,
Todos os seres
Em sua carnes fragéis
Extinguiram-se e apodrecendo-se
Transformando-se em húmus.
Mas, os seus lumes,
Vulgo almas,
São imortais.
Irão ecoarem sem algemas,
Finalmente,
A procura da tão sonhada liberdade.

Liberto de tudo e de todos,
Giram e bailam,
Na eterna música do etéreo
Longe do algoz,
Perto da liberdade.
Escoam os segundos,
os minutos e as horas,
Voam os anos, os séculos e os milênios.

E os seres continua preso no acaso
Que forma preteridos pelos casos
Entregue ao senhor destino
Nomeados sob o pseudônimo de cordeiros
Mas,
São apenas...
ou meros lobos.

by Mônica.

A ladainha!


Após uma longa ausência, devido a seguinte ladainha:
Trabalho\lelezar (serviços domésticos escravocrátas)\estudar\pintar... Voltei!!!
Mesmo sobrecarregada de trabalhos e outros tantos ¨alhos¨da vida, o bichinha da criação vivia roendo o meu cerebelo sem descanso.
Entre um riso e uma lágrima, uma alegria e tantas outras dores, surgiu:

O acaso

Nesse período de abstinência tecnológica ( Internet, computador e outros). Observei que a minha relação e-mail e C&A, faz uma falta para carajo.
Penso que essa relação do indivíduo\rede, torna-se uma relação amorosa platónica. Patinando um pouco mais na maionese, penso nos antigos trovadores que encantavam aos súditos com suas baladas heróicas de guerreiros imbatíveis e damiselas puras, virginais e rubras.
E onde se encaixa a Internet ( orkut, blogs, e-mail...) nessa paisagem bucólica romântica histórica?
Penso que as mulheres nutriam por esses ¨pseudos¨ heróis ou trovadores um amor platónico, onde:
Acorda pensando nele, come pensando nele, vive pensando em comê-lo e dorme pensando nele.
Fazendo uma comparação grosseira, eu estava:
Acordando, comendo, vivendo, dormindo pouco e pensando em está conectada na Internet. A única coisa que eu não pensava: Era comer a Internet que aliás, não tem como, por dois motivos:
Eu não sou uma andróide e sou uma mulher casada.
O bom de tudo isso é que consigo viver sem está direto plugada.
Ai!!!! que saudade do meu notebook!!

By: Mônica