segunda-feira, 31 de agosto de 2009

lágrimas de sangue.



Os seus olhos estavam rubros de sangue, deles jorravam grossas lágrimas vermelhas que deslizavam preguiçosamente face abaixo. Pareciam rios sanguinolentos que sulcavam ao seu rosto, ao mesmo tempo que o sujava e o lavava.
Desesperada e atormentada pela cegueira momentânea e pela cura da mesma, permanecendo presa na incoerência do momento, de poder enxergar o que nunca antes tinha sido visto.
Procurando lutar contra a sua impotência, se desembaraça do estupor, saindo do banheiro acompanhada e perseguida pelo horror de se deparar com a sua imagem refletida no espelho embaçado da velha farmácia; uma face sem olhos, apenas borrões sangrentos no lugar dos seus glóbulos oculares.
Gritando, apela por ajuda, enquanto corre desesperadamente! Procurando as cega o auxílio que tanto necessita, encontrando-o; abraça a sua mãe, trêmula de temor em meio as suas grossas lágrimas.
Mortificada, se encontra na ambivalência de estar perdida na cegueira do seu cotidiano e enxergando as possíveis saídas para as contradições da sua inócua existência.
Desembaraçando-se do cálido colo materno se lança ao mundo, em busca das suas respostas, para perecer nas carruagens de metais que riscam as avenidas das frias metrópoles de concreto.
Restando apenas rastro de suas lágrimas sangrentas fazendo o contraste aos objetos espalhados a ermo no asfalto,enquanto que uma bolsa feminina jogada, rasgada e aberta, permanece vislumbrando o lindo céu de verão na grande cidade.

by Mônica Vasconcelos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Divagações!!!


Passado o tempo,
A vida se esvaí,
Enquanto isso,
Os sentimentos se tornam mal-passados,
Nas horas vencidas,
Sendo assim,
Difíceis de digerir e dirigi-los.

Perdidos,
Desencontrados,
Descontrolados e dizimados.

São as emoções,
Que nos turbilhões dos fatos,
Escorrem nos esgotos das cidades nuas,
No vai e vem dos indivíduos,
Perdidos sem identidades,
São mais um na maré dos sem faces.

by: Monica