segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Beijo solunar!


No firmamento o sol estava tão radiante e luxurioso que cegava e ofuscava a todos ao seu redor.
Majestoso em sua glória, cozinhava aos seres daquele ínfimo planeta azul. A cada passo dado ou levitado, visto quê no espaço não há gravidade, é claro!
Enquanto isso, na crosta terrestre, as pessoas corriam transloucadas, encalouradas e em brasas, ziguezagueando como baratas tontas quando são atacadas pelo detefon, nas noites quente de verão.
Os pobres humanos estavam ensandecidos e estupefactos, observavam e sentiam...
Ao meu ver sentiam mais do que observavam, pois devido a sua frágil condição humana, estavam literalmente torrando naquele abrasador calor. Um inferno Dantesco sem tirar e nem pôr.
Entre gritos, solicitações de clemência, orações e promessas para tudo que era Deuses ou Djins,
mas foi tudo em vão. Pois, em meio ao caos, incêndios, destruições e corpos retorcidos e chamuscados a terra se transformou numa gigantesca churrasqueira intergaláctica.
Nesse meio tempo, o sol se aproximava cada vez mais perto do carbonizado planeta, porque não dizer; alegoria de um corpo celeste! Buscando, procurando...
Ao avistar a lua, rubro se incendeia tomado pela fúria de sua paixão pela alva e gélida amante.
Que com sua curva sinuosas e seus lânguidos olhares prendeu pela eternidade o garboso astro-rei.
Que rei! Másculo com o seu bem formado corpo, um verdadeiro banquete para os olhos. Sua cor dourada, reluzindo em seus torneados e inchados músculos, o que gerava um desassossego entre os imortais.
Diga-se de passagem deusas e alguns deuses depravados, sem falar nas outras criaturas que habitam o etérico éter estelar.
Trazendo a lua para os seus braços, ele a beija matando toda a sua sede e saciando a sua eterna fome por ela.
Enlaçados e perdidos no seu mundo particular, o casal de amantes se beijam e se acariciam envolvidos nos sentimentos, ignorando a destruição ocasionada pelo o ato.
Perdido nas dobras da minha toga; fico a pensar:
-Enquanto uns morrem de amor, outros morrem pelo amor dos outros, isso é uma tremenda sacanagem! A humanidade não passa de marionete nas mãos dos grandes deuses, antes eles do que eu.
Dizendo isso volto a dormir em meu repouso eterno.


By: Mônica Vasconcelos

quinta-feira, 21 de outubro de 2010