segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Faxina cerebral

Depois de tanto tempo sem postar, parece que a comporta abriu novamente, arejando e limpando as teias que enfeavam o cerebelo da moça:


As desventura de uma velha boneca de louça, eu um mundo não tão paralelo ao nosso...


Lá fora, chovia torrencialmente. Parecia que o céu chorava por todas as dores e males da humanidade.
Em um vão escuro coberto de teias e pó. Uma boneca rachada e amarelada pelo tempo se encontrava jogada e esquecida.
Os olhos vítreo há muito que perdeu o viço, a ingenuidade que emanava dela fora esmagada pelas mãos infantis que fizeram uso dela no decorrer dos anos.
Perdida em pensamentos, ela se deixava levar em um redemoinho de emoções que fazia eras que não fora recordada e só recentemente despertara, para ser novamente subtraída.
Enternecida pelas dores, lapidava o coração com o cinzel da vida, tornando a pedra bruta em pura gema.
Nos riscos das lágrimas, ficaram apenas os sulcos, marcando e eternizando a louça antiga.
E no seu ser, enterrados como estacas as desilusões e as falsas expectativas... Retroalimentação de quem se está vivo ou pensa que está.
No entanto, no seu esqueleto entranhado em sua estrutura se encontrava o cerne da luta, pois o guerrear mais uma vez, significava para ela alcançar a luz, independente da escuridão ou dá tormenta que se faz presente em sua alma.
Porque em seu ser, sempre haverá um amanhã....

by Mia Hertz.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Phátos!

Em um canto qualquer do mundo, em uma cidade qualquer. A noite se retirava lentamente, enquanto a madrugada avançava e se esgotava. O tempo já não se arrastava preguiçosamente mas acelerava, visto que o mundo acordava.
Os passarinhos cantavam e aurora despontava no horizonte deflorando o céu com os seus raios rubros, comemorando mais um amanhecer.
Enrodilhada e jogada em um canto qualquer do dormitório, uma boneca de porcelana se encontra. Com suas vestes coloridas amarrotadas e espalhadas ao seu redor. Fitando o infinito através das suas pupilas sem vida e sem cor.
Lágrimas salpicam a tez marmórea, escorrendo face abaixo deixando um rastro de sangue e riscos pretos, resquício do rímel e do cajal diluídos na tormenta das dores.
No tórax aberto, o coração estraçalhado e rasgado pulsa lentamente entre soluços e gritos contidos das sensações de agonia que lhe corta o corpo ao meio.
Mal esse, que entranhado profundamente em suas vísceras lhe estraçalha, massacrando o seu pobre coração e sua atormentada alma.
Já sem forças para chorar ou para soluçar, ou mesmo para sentir, entrega-se ao estupor da dor, numa diurna sinfonia regada de sangue, dores, cores e amores perdidos.
Entregue aos seus males se encontra perdida entre os gorjeios e raios solares que adentram no recinto ao amanhecer.



by: Mônica Vasconcelos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Vento No Litoral - Legiao urbana

Unheilig - Rache

Sensações!





Em meio a tantos enganos,

O que são os desenganos,

mediante tudo isso?



São apenas sensações,

Folhas jogadas ao acaso,

Embaladas e roladas ao vento,

Ao sabor do temporal.



Sujeitadas inocentes nos turbilhões do senso,

Que há muito deixou de ser comum

Para se perder no incomum,

Afogadas no cotidiano,

No eterno enfado,

Que presentea com a sensação de esmagar e reduzir,

A cada renascer e desvelar do ser.





By Mônica Vasconcelos

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O Beijo solunar!


No firmamento o sol estava tão radiante e luxurioso que cegava e ofuscava a todos ao seu redor.
Majestoso em sua glória, cozinhava aos seres daquele ínfimo planeta azul. A cada passo dado ou levitado, visto quê no espaço não há gravidade, é claro!
Enquanto isso, na crosta terrestre, as pessoas corriam transloucadas, encalouradas e em brasas, ziguezagueando como baratas tontas quando são atacadas pelo detefon, nas noites quente de verão.
Os pobres humanos estavam ensandecidos e estupefactos, observavam e sentiam...
Ao meu ver sentiam mais do que observavam, pois devido a sua frágil condição humana, estavam literalmente torrando naquele abrasador calor. Um inferno Dantesco sem tirar e nem pôr.
Entre gritos, solicitações de clemência, orações e promessas para tudo que era Deuses ou Djins,
mas foi tudo em vão. Pois, em meio ao caos, incêndios, destruições e corpos retorcidos e chamuscados a terra se transformou numa gigantesca churrasqueira intergaláctica.
Nesse meio tempo, o sol se aproximava cada vez mais perto do carbonizado planeta, porque não dizer; alegoria de um corpo celeste! Buscando, procurando...
Ao avistar a lua, rubro se incendeia tomado pela fúria de sua paixão pela alva e gélida amante.
Que com sua curva sinuosas e seus lânguidos olhares prendeu pela eternidade o garboso astro-rei.
Que rei! Másculo com o seu bem formado corpo, um verdadeiro banquete para os olhos. Sua cor dourada, reluzindo em seus torneados e inchados músculos, o que gerava um desassossego entre os imortais.
Diga-se de passagem deusas e alguns deuses depravados, sem falar nas outras criaturas que habitam o etérico éter estelar.
Trazendo a lua para os seus braços, ele a beija matando toda a sua sede e saciando a sua eterna fome por ela.
Enlaçados e perdidos no seu mundo particular, o casal de amantes se beijam e se acariciam envolvidos nos sentimentos, ignorando a destruição ocasionada pelo o ato.
Perdido nas dobras da minha toga; fico a pensar:
-Enquanto uns morrem de amor, outros morrem pelo amor dos outros, isso é uma tremenda sacanagem! A humanidade não passa de marionete nas mãos dos grandes deuses, antes eles do que eu.
Dizendo isso volto a dormir em meu repouso eterno.


By: Mônica Vasconcelos

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Entre ventos e raios...

O vento balança...
O vento balança o balanço
Assim como balança as negras tranças
Da menina sentada no balanço.

Acariciada por ele,
Levantando sai...
Ao encontro dele.

Andando e dançando,
Cantando e amando,
Beijando e abraçando,
Com suas negras tranças balançando.

Seguindo em rumo...
Do seu vento amado,
Que alado está,
A brincar encantado com suas belas tranças.


By: Mônica Vasconcelos.

sábado, 11 de setembro de 2010

Ao cair da noite, tudo pode acontecer...

O desvelar de uma degolada.

À noite a qual eu morri era uma noite sem lua ou mesmo estrelas que alegrassem o firmamento. O céu se encontrava despido e envolto de um negrume característico dos maus presságios. As ruas se encontravam lotadas pelas carruagens metálicas movidas a petróleo que empesteava o ar com o dióxido de carbono, sufocando e matando a todos lentamente no decorrer dos anos.

Em seus interiores, ocupantes eram seres possuidores de feições pétreas e translucidas, desprovidos de emoções ou de calor, meras bonecas de louças; imersas em si mesmas e nas suas dores, alienadas se encontravam perdidas em seus celulares nas vãs tentativas de pôr suas vidas em ordem. Impotentes, são semideuses ao volante, pois cortam as avenidas freneticamente, rasgando as sombras trêmulas da escassa iluminação.

Andando apressadamente estava eu, perdida em caóticos pensamentos que beiravam entre a realidade e os devaneios aloprados dos sonhos não realizados.

Quando inesperadamente em meu caminho surge um ser, envolto de sombras e sem faces, que parado em minha frente está estendendo os braços para me enlaçar. Não titubeando, corro pela tangente em busca de salvação, enquanto que ele metodicamente e obstinadamente me persegue.

Na minha desabalada fuga passo pela floresta de concreto, gloriosos arranha-céus que se projetam para o alto como falos eretos sedentos pelo sexo, com suas imponentes vidraças e armações metálicas, que jazem indolentemente em sua dormência, digerindo aos seres que enclausurados em seus interiores continuam trabalhando varando à noite, enriquecendo e sustentando aos donos do capital, alimentando a eterna fome global com os seus fluídos, enquanto suas vidas se esvaem nos back-up.

Correndo, afasto-me do sepulcro vivo das grandes árvores de ferro e cimento, olhando para trás vejo o quanto o ser está próximo de mim, sentindo a adrenalina percorrendo o meu sistema circulatório, aumento a velocidade em busca do impossível. Volto à cabeça mais uma vez, soluço e lágrimas escorrem rosto abaixo se perdendo na aridez do asfalto sem vida.

Assusto-me quando ele se aproxima, envolvendo o meu corpo com os seus braços que me prende e me sujeita. Encadeada ao ser, lentamente ele se aproxima de mim, executando os passos como se fosse uma dança de acasalamento que atrai e repele. Abraçando-me! Beijando-me! Enquanto suga toda a minha essência, secando-me.

Paralisada e inerte, literalmente seca, observo ele me desnudar pouco a pouco, retirando as peças e as jogando no chão imundo da avenida. Nua e presa me afogo no medo, sendo ressuscitada no abuso que ele faz ao meu pobre corpo. Enterrando firmemente o seu sexo em minha tenra carne, amaldiçôo as convenções que me privaram de deleitar mais profundamente das sensações e lamento a falta delas em minha vida.

Depois de saciar a sua fome, me degola de um só golpe, jogando o meu pobre e abusado corpo em um matagal próximo, se agacha e pega a minha cabeça pelos cabelos. Tanto sangue...

Sai a caminhar com ela a balançar próximo as suas pernas, balançando feito um pêndulo sangrento a cada passo dado por ele. Um triste e macabro quadro, um homem envolto de sombras segurando uma cabeça decepada... Horrível!

Numa esquina próxima, junto a um poste a espera dos catadores de lixo, mais uma vitima do consumismo desenfreado. Beijando pela última vez os meus lábios sem vida, ele joga a minha cabeça em direção a caixa. Caio dentro dela e ele parte sem um último olhar.

Estou no escuro, só e abandonada dentro desta caixa. Entrego-me as reminiscências da minha curta vida. Sob as minhas pupilas mortas passam flashes do que fui, do que não fui e do que jamais serei. Presa nessas reflexões sinto falta do escoamento do tempo e me perco no tédio da eternidade.

Penso nos homens, mulheres e crianças mortos em vida, presos a um sistema massacrante de mais valia. Lamento pelos corpos sem vida dos seres que em nome de Deus ou do progresso perecem. Só, degolada, massacrada e elevada ao cubo estou.


Mia Hertz.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Beijos & Sombras!


Será lançado o e-book Beijos & Sombras, uma antologia de contos, são sete contos escritos pelos autores da comunidade : http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=18008059&tid=5434320904855777037&start=1
Entrem e confiram, pois vale a pena lêr!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O sonho!!


Eis que eu estava sem fazer nada, quando surgiu o germe da escrita e contaminada, saiu:





O sonho!


Daniela chegou cansada do seu trabalho, tomou seu banho e jantou, sentou-se na sala, ligou a tv, assistiu "Viver a vida" e tombada de sono, foi para o seu quarto.

Se jogando em sua cama, afofou o seu travesseiro e se entregou ao cansaço, dormindo logo em seguida...


Ela sonhou que estava andando em corredores desertos e escuros, os únicos sons que ecoavam pelo sombrio ambiente eram os seus passos que ressoavam quebrando a monotonia do local.

Quando estava virando na esquina seguinte, foi agarrada, abraçada e beijada.


O beijo iniciou levemente, apenas com o roçar dos lábios, lentamente se aprofundando com o passar do tempo. As suas línguas se acariciavam, bailando loucamente, enquanto os corpos se esfregavam avidamente, procurando se fundir um ao outro, quanto mais o abraço se apertavam, mais profundo e vigoroso se tornava o beijo.


Estimulando uma fome, que crescia de dentro das suas entranhas e se expandiam pelas suas peles.

Ela sentiu as grandes mãos dele acariciando lentamente as suas costas, se aproximando de seus seios...


Foi nesse momento que Daniela acordou assustada, pois o despertador tocou!!!

Acordando-a para mais um dia de trabalho...


- Que m...., eu nem vi o rosto dele!






by: Mônica Vasconcelos