quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Gaspar (bebezão)




Ainda dolorida pela dor da perca do meu bebezão, um dalmáta enorme e hiperativo, que tornava os meus dias cheios de novidades, senti a necessidade de tirar a fórceps a minha dor.
Foi um parto:




Doí,


Pensar em ti.


Doí,


Pensar no que fiz.




Doí,


Ficar sem ti.


Pois,


é morte em vida.




Não vejo sentido ou caminhos,


Estou perdida no meio da dor.




Desconhecia que houvesse tantas lágrimas,


A correrem em minha face.


Meus olhos,


Possuem vida própria.




As lágrimas são rios,


Elas não param.


São corredeiras que cortam,


Meu vale de dor.




Penso em ti,


Vejo em minhas memórias,


Tua vida desenrola-se,


Frente a minha retina.




Em meus ouvidos sussurram:


Assassina!




Não sei o que dói mais:


A tua ausência ou a minha decisão.


Decisão pseudo divina,


Vida ou morte


Poder absoluto,


Poder mítico,


Poder maldito.




A dor rasga a minha alma,


Pois, fiquei entre a cruz e a espada.


Penso


Mais dias,


Mais sofrimento


Mais dores


Mais trabalho


Mais dinheiro...


Sem tê-lo.




Foi amor ou comodismo?


Que injetou a injeção letal


Que lhe roubou o lume.




Ah! Meu amor!


Filho do meu coração!


O que fui fazer?


Em nome do não sofrer.


Te roubei os seus últimos momentos.


Guerreiam dentro do meu ser,


Dois seres,


O lógico e o mítico.




O lógico diz:


-" Decisão acertada".


O mítico fala:


-" Deveria ir até as últimas...!"




Seria justo?


Para ti ou para mim?


Questiono a mim e aos meus?


Acredito que não.




Pois, é injusto sujeitá-lo a tanta dor


Que irá nos maltratar.

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